A PELE É O MAIS EXTENSO DOS ÓRGÃOS DO CORPO HUMANO. PARA ALÉM DA SUA IMPORTANTE FUNÇÃO PROTETORA, PERMITE-NOS VIVER TODO O TIPO DE EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS. EIS RAZÕES MAIS DO QUE SUFICIENTES PARA APRENDERMOS A DEFENDER A NOSSA PELE DAS AGRESSÕES A QUE É CONSTANTEMENTE SUJEITA, DESDE OS EFEITOS DO SOL ÀS DOENÇAS CUTÂNEAS, PASSANDO PELAS RUGAS, CICATRIZES E ESTRIAS.
A pele – ou cútis – é o órgão de revestimento externo do corpo humano, o maior em área e o mais pesado – constituindo 15% do peso corporal –, sendo responsável pela proteção do organismo. Ela cobre quase todo o corpo, à exceção dos orifícios genitais e alimentares, olhos e superfícies mucosas genitais. Este órgão peculiar – dificilmente nos apercebemos que a pele é, de facto, um órgão – dá-nos a forma, protege-nos das agressões externas e estabelece relações sensoriais com o ambiente que nos rodeia. Por outro lado, o seu aspeto reflete, frequentemente, o nosso estado de saúde interior. Da mesma maneira que cuidamos do coração, da coluna ou das articulações, a nossa pele exige atenção particular, para que consiga desempenhar as suas funções em pleno rendimento.
A pele é constituída por três camadas. Da mais superficial à mais profunda, encontram-se a epiderme, a derme e a hipoderme – tecnicamente externa à pele, mas relacionada funcionalmente. Há ainda vários órgãos anexos, como folículos pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas e unhas.
O tato é, muitas vezes, associado apenas às mãos. Contudo, toda a pele do corpo está envolvida neste importante sentido. Quando agentes externos, como o calor, a pressão, o frio ou a dor entram em contacto com a rede de recetores disposta na superfície da pele, produzem-se correntes nervosas que se dirigem diretamente ao cérebro. Quando estas correntes são registadas, temos sensações, que podem ser de contacto – por exemplo, suavidade ou aspereza –, pressão – peso, dureza –, térmicas – calor, frio – ou dolorosas – picadas, cortes ou queimaduras. Na verdade, quase desde o início da vida intrauterina que o feto é capaz de responder a estímulos táteis, como demonstra o ato de chupar no dedo. O sentido do tato permite-nos apreciar uma carícia, os quentes raios de sol, a frescura do vento, a suavidade da seda e toda uma infinidade de sensações agradáveis. Por outro lado, afasta-nos de outras sensações que poderiam causar danos, como o fogo, por exemplo.
As rugas fazem parte da natureza humana e não se podem evitar: apenas conseguimos dissimulá-las ou atrasá-las. Vejamos porquê e como. É impossível precisar em que idade se inicia o envelhecimento cutâneo, dado que este é um processo muito lento, mas constante. Com efeito, os especialistas afirmam que a pele muda e envelhece desde o preciso momento em que nascemos. Sem determinadas moléculas na derme, a nossa pele não conseguiria esticar-se e retomar a forma anterior. Há dois tipos de moléculas, o colagénio e a elastina, que se combinam em fibras na derme, para proporcionar elasticidade à pele. Ao longo da vida, produzem-se alterações na estrutura e quantidade destas moléculas. Consequentemente, com a idade, a pele perde tensão e instalam-se as rugas. Para a deterioração natural da pele, intervêm numerosos fatores: a genética individual de cada um, fatores do meio ambiente, ritmo de vida e, inclusive, fatores imunitários, dado que o nosso sistema imunológico pode ser mais ou menos efetivo na luta contra as doenças, as quais acabam por deixar, literalmente, marcas na pele. Devido à sobreposição dos aspetos supracitados, nem todas as pessoas envelhecem ao mesmo ritmo: por isso, a idade aparente nem sempre corresponde exatamente à idade real. À medida que a pele envelhece, torna-se mais fina: com a passagem dos anos, chega a perder 20% da sua espessura. Por outro lado, diminui de elasticidade e a flexibilidade, tornando-se mais frágil e menos eficaz como barreira. A pele envelhecida sofre ainda alterações da perceção sensorial, vê aumentado o limiar doloroso, instala-se uma maior tendência para o frio e menor resistência a pequenos traumas. À medida que vamos envelhecendo, a pele fica mais seca – devido à diminuição da produção de sebo –, muda de cor – dado que se perdem melanócitos – e altera-se a resposta inflamatória e a cicatrização
Na realidade, o verdadeiro elixir da juventude nunca existiu e não é provável que venha alguma vez a existir. O envelhecimento da pele é inevitável. A única coisa que podemos fazer é proporcionar-lhe algumas ajudas, para que o processo não seja tão rápido nem traumático. Atualmente, existem fórmulas cosméticas muito eficazes para atrasar o envelhecimento cutâneo e dissimular a profundidade das rugas. Os cremes deste tipo contêm, entre outros componentes, colagénio, retinol, vitamina A e Q10, que fazem com que pele se mantenha elástica e flexível durante mais tempo. É muito importante hidratar a cútis e nutri-la por dentro e por fora, desde os 25 anos, tendo em conta que também contribuem para o envelhecimento fatores como os raios solares, o tabaco, o stress e uma má alimentação.
Milhões de recetores
Funções da pele
Qual é o seu tipo de pele?
A pele é praticamente idêntica em todos os grupos étnicos; nos indivíduos de pele escura, os melanócitos produzem mais melanina que naqueles de pele clara, mas o seu número é semelhante
É muito importante hidratar a pele e nutri-la por dentro e por fora, tendo em conta que contribuem para o envelhecimento fatores como os raios solares, o tabaco, o stress e uma má alimentação