E-NEWSAÚDE #13

Março | Abril 2018

SAÚDE MULHER

Anemia por deficiência de ferro: O que fazer?

nutricao 11 artigo

A ANEMIA FERRIPRIVA – POR DEFICIÊNCIA DE FERRO – É A FORMA MAIS VULGAR DESTA PERTURBAÇÃO E SURGE QUANDO AS PERDAS DO MINERAL, JUNTAMENTE COM QUALQUER NECESSIDADE ADICIONAL, EXCEDEM A QUANTIDADE OBTIDA DOS ALIMENTOS.

A definição exata de anemia é a falta de hemoglobina no sangue. A hemoglobina é o pigmento que transporta o oxigénio através do sangue a todo o corpo e que faz com que os glóbulos vermelhos pareçam vermelhos.

A anemia pode ser resultado de um número reduzido de glóbulos vermelhos a circular pelo organismo ou ser devida à falta de hemoglobina presente nos glóbulos vermelhos ou, ainda, a uma combinação destes dois fatores. Assim, a anemia é provocada por uma deficiência de determinados elementos que são indispensáveis à formação de glóbulos vermelhos – tais como o ferro, o ácido fólico e a vitamina B12 – ou a uma produção deficiente desses glóbulos vermelhos. Neste último grupo, incluem-se doenças como a leucemia, o cancro ósseo ou as anomalias da medula óssea.

QUAIS AS CAUSAS?

Não cabe no âmbito este artigo referir todas as causas da anemia. Por isso, apenas vão ser referidas as anemias provocadas por carência de ferro e deficiências vitamínicas, para as quais as mulheres estão particularmente predispostas.

O organismo humano utiliza uma pequena quantidade destas substâncias, mas necessitamos delas diariamente, sendo a sua melhor fonte natural os vegetais com folhas verdes.

Todas as mulheres perdem algum sangue mensalmente, devido à menstruação, perdendo hemoglobina nesse processo. Por outro lado, durante a gravidez, surgem alterações no modo como o organismo utiliza o ácido fólico, uma das vitaminas do grupo B. Tanto o ácido fólico como o ferro são indispensáveis ao desenvolvimento do bebé. Se a gestante sofre de uma carência de ácido fólico, essa carência pode resultar numa anemia, de graves consequências para o feto. É por essa razão que os suplementos de ácido fólico e de ferro são prescritos às grávidas, de forma rotineira.

Pesquisas recentes indicam que nem todas as grávidas necessitam desses suplementos, mas as consequências de uma eventual carência são tão graves que todas devem submeter-se a análises sanguíneas rigorosas, durante a gravidez.

A anemia de vitamina B12, também conhecida como “anemia maligna”, resulta, geralmente, da forma como o nosso corpo absorve aquela vitamina. A maior parte das pessoas obtém uma quantidade suficiente de vitamina B12 a partir da alimentação, mas se uma determinada substância, conhecida como fator intrínseco, não estiver presente no estômago, a vitamina B12 não é absorvida. A anemia maligna, além de afetar a produção de glóbulos vermelhos, também afeta o sistema nervoso central, por esse mesmo motivo.

QUANDO CONSULTAR O MÉDICO?

Se anda pálida e cansada, especialmente se não está a fazer uma alimentação equilibrada por qualquer motivo, consulte o seu médico, para ele a examinar e ver se está anémica.

O especialista começará por mandar fazer uma análise ao sangue, para especificar a substância de que o organismo está carenciado. Os níveis normais situam-se nos 14 g de hemoglobina por cada 100 ml de sangue. Se o seu resultado for inferior a 11 g/100 ml, o médico prescrever-lhe-á um tratamento para a anemia, embora possam ser necessários mais exames, para determinar, com precisão, o motivo desse estado.
Como a maior parte das anemias não consegue ser resolvida apenas com uma dieta alimentar, o médico irá, muito possivelmente, prescrever-lhe um suplemento, sob a forma de compridos ou injeções, dependendo da gravidade do caso. Casos mais graves podem exigir uma transfusão de sangue.
Se se descobrir que sofre de uma carência de vitamina B12, devido à falta de fator intrínseco e, consequentemente, da absorção desta vitamina, deve fazer mais testes, para confirmar esse diagnóstico. Se o diagnóstico for positivo, irá necessitar sempre de tomar suplementos de vitamina B12.

O MELHOR É PREVENIR

A prevenção é a melhor forma de evitar uma anemia provocada por carências de ferro ou de ácido fólico. Por outro lado, as mulheres com menstruações muito abundantes devem fazer uma alimentação especialmente rica em ferro, ingerindo vegetais com folhas verdes, peixe, carnes vermelhas, fígado e frutos secos.

A vitamina B encontra-se em grandes quantidades na levedura da cerveja, nos produtos à base de trigo e nos grãos inteiros.

Se é uma vegetariana pura, pode precisar de um suplemento de vitamina B12 sintética, visto que as melhores fontes dessa vitamina se encontram em produtos animais, tal como o peixe, carnes brancas, queijo e ovos.

É muito difícil para o organismo humano absorver eficientemente o ferro, mas a ingestão simultânea de vitamina C aumenta a sua absorção. Por outro lado, os medicamentos à base de antiácidos limitam a absorção de ferro.

SINTOMAS DE ANEMIA

Alguns destes sintomas são vagos e podem ser confundidos com outras situações clínicas:

  • Palidez da pele, da conjuntiva e do interior da boca
  • Respiração ofegante e palpitações perante esforços
  • Falta de energia
  • Letargia e fadiga constantes
  • Unhas frágeis e perda de cabelo
  • Língua ferida e aftas
  • A carência de vitamina B12 causa pruridos e insensibilidade dos dedos, bem como problemas de equilíbrio; numa forma mais avançada, podem ocorrer perdas de memória

MULHERES EM RISCO

  • Dieta inadequada
  • A maioria das mulheres saudáveis tem uma alimentação equilibrada, que lhes fornece o ferro, o ácido fólico e a vitamina B12 de que necessitam. No entanto, as que fazem refeições rápidas ou têm uma alimentação pobre, por razões económicas ou devido a idade avançada e, ainda, as que adotam medidas radicais para evitarem a ingestão de comida, correm o risco de ficarem anémicas.

  • Menstruações abundantes
  • Se perde muito sangue durante os períodos menstruais, pode estar a perder mais hemoglobina do que a que consegue fabricar nas três semanas seguintes, o que pode conduzir a uma anemia devida a carência de ferro. Por isso, se perde muito sangue ou se os seus períodos são muito frequentes, coma alimentos ricos em ferro ou peça um suplemento ao seu médico.

  • Grávidas
  • Durante a gravidez, fazem-se análises sanguíneas regulares, para detetar eventuais anemias. O aumento de volume de sangue – uma grávida tem cerca de 1,5 litros de sangue a mais – significa que necessita de mais ferro, para fornecer aos glóbulos vermelhos. O ácido fólico é necessário ao desenvolvimento do bebé – o ferro fica no fígado do feto, como um depósito para os primeiros 6 meses de vida, já que o leite materno apenas contém vestígios desse elemento.

  • Mães recentes
  • Após o nascimento do bebé, o cansaço e a letargia que geralmente ocorrem podem mascarar um caso de anemia. Como necessita de reconstituir as suas forças, continue a vigiar a sua alimentação, ingerindo alimentos ricos em ferro.

  • Abuso da aspirina
  • A aspirina, quando ingerida em quantidade, pode conduzir à irritação do revestimento do estômago, provocando hemorragias internas que passam despercebidas. A anemia pode ser o primeiro sintoma do abuso deste fármaco.

  • Familiares afetados
  • A predisposição para ter uma quantidade insuficiente de fator intrínseco é congénita; por isso, se um familiar próximo sofrer deste tipo de anemia, você pode estar em risco.

  • Pós-cirurgia
  • As anemias são comuns como resultado de uma intervenção cirúrgica, na qual se perdeu muito sangue. Geralmente, a forma de corrigir este problema é através de transfusões sanguíneas.

    As mulheres com menstruações muito abundantes devem fazer uma alimentação especialmente rica em ferro, ingerindo vegetais com folhas verdes, peixe, carnes vermelhas, fígado e frutos secos.

     

    logo saude be


     

     

     

    ^