O STRESS, O TABACO, A OBESIDADE OU A IDADE AVANÇADA SÃO ALGUNS DOS FATORES QUE PROVOCAM HIPERTENSÃO ARTERIAL, UMA DOENÇA QUE QUASE NÃO APRESENTA SINTOMAS, MAS QUE PODE SER EXTREMAMENTE PERIGOSA, SE NÃO FOR TRATADA. POR ISSO, OFERECEMOS 7 MEDIDAS QUE, SE POSTAS EM PRÁTICAS, DARÃO UMA PRECIOSA AJUDA NA PREVENÇÃO.
A hipertensão arterial talvez seja o problema de saúde pública mais importante da atualidade, nos países desenvolvidos. Cerca de 30% dos portugueses apresentam valores de tensão arterial superiores a 140/90mm Hg. Isto significa que, devido a determinados hábitos de vida pouco saudáveis, à idade ou a fatores genéticos, as artérias contraíram-se e estreitaram-se ou tornaram-se duras e rígidas. Consequentemente, torna-se mais difícil a passagem do sangue através das artérias, o que obriga o coração a um grande esforço para que o sangue chegue a todas as partes do organismo.
Em seguida, explicamos os aspetos-chave desta doença, conhecida como a assassina silenciosa, e explicamos como a prevenir e controlar.
O stress, as pressas, a tensão e as emoções fortes, quer sejam alegrias ou desgostos, são fatores que provocam a libertação de adrenalina no sangue. Esta hormona faz com que aumente o número de batidas cardíacas, que a respiração acelere e que se comprimam os músculos que rodeiam a artérias.
Pode combater-se o stress e melhorar o equilíbrio emocional recorrendo ao ioga e a outras técnicas de relaxamento e respiração.
Também é útil gozar períodos de descanso no trabalho e procurar momentos no dia para desfrutar das atividades que gostamos e que nos fazem sentir bem, como ler um livro, passear ou ouvir música.
O excesso de peso está fortemente associado à hipertensão arterial. Isto deve-se, em parte, ao facto do coração ter de trabalhar mais aceleradamente para levar sangue a todo o organismo e também a um aumento da insulina, pois, sendo menor a circulação renal, produz-se uma maior concentração de sais no organismo, entre eles o sódio.
Pode comprovar-se, sobretudo em pessoas com menos de 40 anos e em mulheres, que à medida que o peso aumenta, eleva-se a tensão arterial, tanto a sistólica (máxima) como a diastólica (mínima).
Portanto, seguir uma dieta hipocalórica, pobre em gorduras de origem animal ou saturadas e rica em leguminosas, frutas e verduras, inibe o aumento de peso.
A prática de exercício físico fortalece o coração e modera a tensão arterial, dado que tem um efeito vasodilatador. Para que seja eficaz, não é necessário que seja muito intenso: o importante é que seja regular e adequado a cada idade e pessoa. Bastam 30 minutos por dia de exercício dinâmico e de intensidade moderada, que alcance um dispêndio energético entre 40 e 60% do consumo máximo de oxigénio.
Entre os exercícios mais recomendados estão caminhar depressa, nadar, andar de bicicleta, ginástica de manutenção ou jogging. Pode dividir-se o tempo estipulado para uma sessão em várias sessões mais curtas, desde que sempre, pelo menos, de 10 minutos.
A vitamina C ajuda a reduzir a hipertensão devido à sua ação antioxidante e aos seus efeitos moduladores do óxido nítrico, uma substância com efeitos vasodilatadores. Esta vitamina está presente em boas doses nos cítricos, kiwi, morangos e groselhas.
Por seu lado, a vitamina E protege a vitamina C da oxidação. Além disso, inibe a agregação das plaquetas, o que provoca maior fluidez no sangue. Os óleos vegetais, o gérmen de trigo e os cereais integrais são ricos nesta vitamina.
Os ácidos gordos poli-insaturados ómega 3 – contido em alimentos como os peixes azuis, as nozes, as avelãs, o gérmen de trigo e os óleos de peixe, soja ou linhaça – ajudam a reduzir os níveis de colesterol, melhoram o ritmo cardíaco e têm efeitos benéficos sobre as funções endoteliais e vasculares. Além disso, melhoram a dilatação e a elasticidade das artérias, o que facilita a passagem do sangue e, portanto, a diminuição da pressão arterial.
Os ácidos gordos poli-insaturados ómega 3 – contido em alimentos como os peixes azuis, as nozes, as avelãs, o gérmen de trigo e os óleos de peixe, soja ou linhaça – ajudam a reduzir os níveis de colesterol, melhoram o ritmo cardíaco e têm efeitos benéficos sobre as funções endoteliais e vasculares. Além disso, melhoram a dilatação e a elasticidade das artérias, o que facilita a passagem do sangue e, portanto, a diminuição da pressão arterial.
Níveis de pressão arterial
A hipertensão arterial define-se por graus, de acordo com os valores de pressão arterial encontrados, sendo que os graus são importantes para definir a gravidade da doença e orientar a sua abordagem.
Categoria | Sistólica (mmHg) | Diastólica (mmHg) | |
Ótima | <120 | e | <80 |
Normal | 120-129 | e/ou | 80-84 |
Normal alta | 130-139 | e/ou | 85-89 |
Hipertensão grau 1 | 140-159 | e/ou | 90-99 |
Hipertensão grau 2 | 160-179 | e/ou | 100-109 |
Hipertensão grau 3 | =/> 180 | e/ou | =/> 110 |
Hipertensão sistólica isolada | =/> 140 | e | <90 |
Meça a sua pressão arterial com regularidade
Habitualmente, a hipertensão arterial é assintomática, apesar da coincidência no aparecimento de certos sintomas que muita gente considera (erradamente) associados à mesma: cefaleias, hemorragias nasais, vertigem, ruborização facial e cansaço. Estes sintomas também podem aparecer com a mesma frequência em indivíduos com uma pressão arterial normal.
No caso de uma hipertensão arterial grave ou de longa duração que não receba tratamento, os sintomas como cefaleias, fadiga, náuseas, vómitos, dispneia, desassossego, visão turva e sonolência verificam-se devido a lesões no cérebro, nos olhos, no coração e nos rins.
Monitorização é essencial
Por ser uma doença que, no início, não apresenta sintomas evidentes, a hipertensão arterial é, muitas vezes, denominada de “assassino silencioso”. A sua deteção tardia, pela ausência de sintomas, é uma das principais razões que impedem o tratamento adequado, uma vez que o doente, durante muito tempo, desconhece a sua condição clínica. No entanto, os benefícios da deteção precoce e do controlo da hipertensão estão bem demonstrados.
Uma leitura de 140/90 mm Hg ou mais é considerada alta, mas o diagnóstico não pode basear-se em apenas uma medição: têm de ocorrer, pelo menos, duas medições alteradas, em duas ocasiões diferentes. Inclusive, alguns especialistas defendem que, quando se regista uma medição inicial elevada, deve determinar-se de novo e depois mais duas vezes em dias diferentes, para se assegurar de que a hipertensão persiste. As leituras não só indicam a presença de hipertensão arterial, como também permitem classificar a sua gravidade.
Quais são as consequências da hipertensão arterial?
A hipertensão afeta a estrutura e a função de determinados órgãos, como o coração, os rins, o sistema nervoso e as artérias periféricas. Isso pode provocar numerosas lesões, como problemas microvasculares, isquemia cerebral, acidentes vasculares cerebrais, encelopatias hipertensivas, arteriosclerose, aneurismas, fibroses miocárdias, síndroma coronária aguda, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e enfarte renal, entre outras.
Papel dos estrogénios
O aumento da tensão sentida pelas mulheres após a menopausa, além da idade, deve-se ao défice de estrogénios. Estas hormonas previnem o depósito de colesterol na camada interna das artérias e favorecem a vasodilatação das artérias e a função endotelial (impedem a contração do músculo liso). Além disso, regulam o crescimento das células miocitárias vasculares e os níveis de cálcio no organismo e aumentam a sensibilidade ao sal.
Tratamento farmacológico
Diversos tipos de fármacos reduzem a pressão arterial através de mecanismos diferentes. Por isso, alguns médicos costumam utilizar um tratamento escalonado. Inicia-se com um fármaco, ao qual se juntam outros, quando necessário. Também se pode efetuar uma aproximação sequencial: prescreve-se um fármaco e, se não for eficaz, interrompe-se e administra-se outro. Ao escolher um fármaco, consideram-se fatores como: a idade, o sexo e a etnia do doente, o grau de gravidade da hipertensão, a presença de outras perturbações, como diabetes ou valores elevados de colesterol, ou os efeitos secundários prováveis.
Habitualmente, os doentes toleram bem os fármacos anti-hipertensivos que se lhes prescrevem. Mas qualquer fármaco anti-hipertensivo pode provocar efeitos secundários. Deste modo, se estes aparecerem, dever-se-á informar disso o médico, para que ajuste a dose ou mude o fármaco.
A hipertensão afeta gravemente a estrutura e a função de determinados órgãos, como o coração, os rins, o sistema nervoso e as artérias periféricas.
A prática de exercício físico fortalece o coração e modera a tensão arterial, dado que tem um efeito vasodilatador; bastam 30 minutos por dia, numa intensidade moderada
Diversos tipos de fármacos reduzem a pressão arterial através de mecanismos diferentes; por isso, alguns médicos costumam utilizar um tratamento escalonado.