E-NEWSAÚDE #14

Maio | Junho 2018

ESPECIAL PREVENÇÃO

7 medidas para prevenir a hipertensão

Especial Prevenção 15 artigo

O STRESS, O TABACO, A OBESIDADE OU A IDADE AVANÇADA SÃO ALGUNS DOS FATORES QUE PROVOCAM HIPERTENSÃO ARTERIAL, UMA DOENÇA QUE QUASE NÃO APRESENTA SINTOMAS, MAS QUE PODE SER EXTREMAMENTE PERIGOSA, SE NÃO FOR TRATADA. POR ISSO, OFERECEMOS 7 MEDIDAS QUE, SE POSTAS EM PRÁTICAS, DARÃO UMA PRECIOSA AJUDA NA PREVENÇÃO.

A hipertensão arterial talvez seja o problema de saúde pública mais importante da atualidade, nos países desenvolvidos. Cerca de 30% dos portugueses apresentam valores de tensão arterial superiores a 140/90mm Hg. Isto significa que, devido a determinados hábitos de vida pouco saudáveis, à idade ou a fatores genéticos, as artérias contraíram-se e estreitaram-se ou tornaram-se duras e rígidas. Consequentemente, torna-se mais difícil a passagem do sangue através das artérias, o que obriga o coração a um grande esforço para que o sangue chegue a todas as partes do organismo.
Em seguida, explicamos os aspetos-chave desta doença, conhecida como a assassina silenciosa, e explicamos como a prevenir e controlar.

1.EVITE O STRESS

O stress, as pressas, a tensão e as emoções fortes, quer sejam alegrias ou desgostos, são fatores que provocam a libertação de adrenalina no sangue. Esta hormona faz com que aumente o número de batidas cardíacas, que a respiração acelere e que se comprimam os músculos que rodeiam a artérias.
Pode combater-se o stress e melhorar o equilíbrio emocional recorrendo ao ioga e a outras técnicas de relaxamento e respiração.
Também é útil gozar períodos de descanso no trabalho e procurar momentos no dia para desfrutar das atividades que gostamos e que nos fazem sentir bem, como ler um livro, passear ou ouvir música.

2.CONTROLE O PESO

O excesso de peso está fortemente associado à hipertensão arterial. Isto deve-se, em parte, ao facto do coração ter de trabalhar mais aceleradamente para levar sangue a todo o organismo e também a um aumento da insulina, pois, sendo menor a circulação renal, produz-se uma maior concentração de sais no organismo, entre eles o sódio.
Pode comprovar-se, sobretudo em pessoas com menos de 40 anos e em mulheres, que à medida que o peso aumenta, eleva-se a tensão arterial, tanto a sistólica (máxima) como a diastólica (mínima).
Portanto, seguir uma dieta hipocalórica, pobre em gorduras de origem animal ou saturadas e rica em leguminosas, frutas e verduras, inibe o aumento de peso.

3.PRATIQUE EXERCÍCIO FÍSICO

A prática de exercício físico fortalece o coração e modera a tensão arterial, dado que tem um efeito vasodilatador. Para que seja eficaz, não é necessário que seja muito intenso: o importante é que seja regular e adequado a cada idade e pessoa. Bastam 30 minutos por dia de exercício dinâmico e de intensidade moderada, que alcance um dispêndio energético entre 40 e 60% do consumo máximo de oxigénio.
Entre os exercícios mais recomendados estão caminhar depressa, nadar, andar de bicicleta, ginástica de manutenção ou jogging. Pode dividir-se o tempo estipulado para uma sessão em várias sessões mais curtas, desde que sempre, pelo menos, de 10 minutos.

4.TIRE PARTIDO DAS PLANTAS MEDICINAIS 

  • ALHO E CEBOLA – O alho é um grande aliado do sistema circulatório, graças à aliína, um princípio ativo com claras propriedades hipotensoras. Em doses altas, reduz o colesterol no sangue, prevenindo assim a formação de trombos, dilata as artérias e provoca uma descida da tensão arterial, tanto da máxima como da mínima. Para que o seu efeito seja percetível, é preciso tomar uns três dentes de alho por dia, se possível crus ou em pérolas.
  • A cebola também tem propriedades hipotensoras. Além disso, é diurética, depura o sangue de resíduos tóxicos e contém substâncias fibronolíticas, que ajudam a que o sangue se torne mais fluido.  
  • AIPO – O efeito benéfico desta planta sobre a tensão arterial deve-se a dois princípios ativos: a apigenina, que ajuda a dilatar as artérias; e a 3n-butilfalina, que relaxa os músculos que rodeiam as artérias e reduz as catecolaminas, hormonas que produzem o stress.  
  • ESPINHEIRO BRANCO – As flores e frutos do espinheiro branco contêm flavonoides que normalizam e regulam a tensão arterial. Isto deve-se às suas propriedades vasodilatadoras das artérias coronárias. Também tem um efeito sedante do sistema nervoso central e antiespasmódico, o que torna esta planta muito eficaz em casos de hipertensão de origem nervosa. 
  • OLIVEIRA – As folhas da oliveira comum contêm uma substância chamada oleuropeína, que tem um demonstrado efeito anti-hipertensivo. Ajuda a dilatar as artérias e regular o ritmo cardíaco.
  •  

    5. MANTENHA BONS NÍVEIS DE VITAMINA C e E

    A vitamina C ajuda a reduzir a hipertensão devido à sua ação antioxidante e aos seus efeitos moduladores do óxido nítrico, uma substância com efeitos vasodilatadores. Esta vitamina está presente em boas doses nos cítricos, kiwi, morangos e groselhas.
    Por seu lado, a vitamina E protege a vitamina C da oxidação. Além disso, inibe a agregação das plaquetas, o que provoca maior fluidez no sangue. Os óleos vegetais, o gérmen de trigo e os cereais integrais são ricos nesta vitamina.

    6. INGIRA ÁCIDOS GORDOS ÓMEGA 3

    Os ácidos gordos poli-insaturados ómega 3 – contido em alimentos como os peixes azuis, as nozes, as avelãs, o gérmen de trigo e os óleos de peixe, soja ou linhaça – ajudam a reduzir os níveis de colesterol, melhoram o ritmo cardíaco e têm efeitos benéficos sobre as funções endoteliais e vasculares. Além disso, melhoram a dilatação e a elasticidade das artérias, o que facilita a passagem do sangue e, portanto, a diminuição da pressão arterial.

    7. ELIMINE CERTAS SUBSTÂNCIAS

    Os ácidos gordos poli-insaturados ómega 3 – contido em alimentos como os peixes azuis, as nozes, as avelãs, o gérmen de trigo e os óleos de peixe, soja ou linhaça – ajudam a reduzir os níveis de colesterol, melhoram o ritmo cardíaco e têm efeitos benéficos sobre as funções endoteliais e vasculares. Além disso, melhoram a dilatação e a elasticidade das artérias, o que facilita a passagem do sangue e, portanto, a diminuição da pressão arterial.

  • SAL – As necessidades diárias de sal rondam cerca de meia grama, mas a dieta típica ocidental contém mais sódio do que o necessário, pois este elemento não está só no saleiro, mas também se encontra em snacks, enchidos, conservas, queijos e outros alimentos elaborados. O consumo excessivo de sal provoca retenção de líquidos e aumenta a tensão arterial. Há que ter em conta que a redução do consumo de sal não tem um efeito sobre a pressão sanguínea sem um aumento do consumo de potássio, que se encontra em abundância nas bananas, batatas, abacates e nêsperas, entre outros alimentos. Além disso, o potássio interage com o magnésio para facilitar a relaxamento das artérias. Os lacticínios, os cereais integrais, a soja ou os vegetais de folha verde são ricos em magnésio.
  • Também é aconselhável o consumo de lacticínios, vegetais de folha verde e cereais integrais devido ao cálcio que fornecem. Este mineral também ajuda a relaxar a artérias e a manter o equilíbrio entre o sódio e o potássio.
  • TABACO – A nicotina do tabaco diminui o calibre dos vasos sanguíneos, causa dano às artérias, aumenta a pulsação, eleva as necessidades de oxigénio e provoca aumento da tensão arterial.
  • ÁLCOOL –O consumo excessivo de álcool aumenta a tensão arterial. Além disso, as bebidas alcoólicas têm calorias, pelo que há que as suprimir em caso de dietas hipocalóricas, quando a hipertensão se associa a doenças metabólicas, como a diabetes ou ao aumento de certas gorduras (triglicéridos) no sangue.
  • ESTIMULANTES –Segundo estudos recentes, a cafeína presente no café, chocolate e bebidas de cola aumenta a tensão arterial, durante um período curto de tempo. Depois, esta normaliza-se. Mas o seu abuso pode provocar hipertensão, pois a cafeína provoca um estado de hiperatividade no organismo, pela secreção de catecolaminas. Além disso, a cafeína diminui os níveis de cálcio, tão necessário para o controlo da tensão arterial.
  • Níveis de pressão arterial

    A hipertensão arterial define-se por graus, de acordo com os valores de pressão arterial encontrados, sendo que os graus são importantes para definir a gravidade da doença e orientar a sua abordagem.

     

    Categoria Sistólica (mmHg)    Diastólica (mmHg)
    Ótima <120 e <80
    Normal             120-129 e/ou 80-84
    Normal alta 130-139 e/ou 85-89
    Hipertensão grau 1 140-159 e/ou 90-99
    Hipertensão grau 2 160-179 e/ou 100-109
    Hipertensão grau 3 =/> 180 e/ou =/> 110
    Hipertensão sistólica isolada =/> 140 e <90

     Meça a sua pressão arterial com regularidade

    Habitualmente, a hipertensão arterial é assintomática, apesar da coincidência no aparecimento de certos sintomas que muita gente considera (erradamente) associados à mesma: cefaleias, hemorragias nasais, vertigem, ruborização facial e cansaço. Estes sintomas também podem aparecer com a mesma frequência em indivíduos com uma pressão arterial normal.
    No caso de uma hipertensão arterial grave ou de longa duração que não receba tratamento, os sintomas como cefaleias, fadiga, náuseas, vómitos, dispneia, desassossego, visão turva e sonolência verificam-se devido a lesões no cérebro, nos olhos, no coração e nos rins.

    Monitorização é essencial

    Por ser uma doença que, no início, não apresenta sintomas evidentes, a hipertensão arterial é, muitas vezes, denominada de “assassino silencioso”. A sua deteção tardia, pela ausência de sintomas, é uma das principais razões que impedem o tratamento adequado, uma vez que o doente, durante muito tempo, desconhece a sua condição clínica. No entanto, os benefícios da deteção precoce e do controlo da hipertensão estão bem demonstrados.
    Uma leitura de 140/90 mm Hg ou mais é considerada alta, mas o diagnóstico não pode basear-se em apenas uma medição: têm de ocorrer, pelo menos, duas medições alteradas, em duas ocasiões diferentes. Inclusive, alguns especialistas defendem que, quando se regista uma medição inicial elevada, deve determinar-se de novo e depois mais duas vezes em dias diferentes, para se assegurar de que a hipertensão persiste. As leituras não só indicam a presença de hipertensão arterial, como também permitem classificar a sua gravidade.

    Quais são as consequências da hipertensão arterial?

    A hipertensão afeta a estrutura e a função de determinados órgãos, como o coração, os rins, o sistema nervoso e as artérias periféricas. Isso pode provocar numerosas lesões, como problemas microvasculares, isquemia cerebral, acidentes vasculares cerebrais, encelopatias hipertensivas, arteriosclerose, aneurismas, fibroses miocárdias, síndroma coronária aguda, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e enfarte renal, entre outras.

    Papel dos estrogénios

    O aumento da tensão sentida pelas mulheres após a menopausa, além da idade, deve-se ao défice de estrogénios. Estas hormonas previnem o depósito de colesterol na camada interna das artérias e favorecem a vasodilatação das artérias e a função endotelial (impedem a contração do músculo liso). Além disso, regulam o crescimento das células miocitárias vasculares e os níveis de cálcio no organismo e aumentam a sensibilidade ao sal.

    Tratamento farmacológico

    Diversos tipos de fármacos reduzem a pressão arterial através de mecanismos diferentes. Por isso, alguns médicos costumam utilizar um tratamento escalonado. Inicia-se com um fármaco, ao qual se juntam outros, quando necessário. Também se pode efetuar uma aproximação sequencial: prescreve-se um fármaco e, se não for eficaz, interrompe-se e administra-se outro. Ao escolher um fármaco, consideram-se fatores como: a idade, o sexo e a etnia do doente, o grau de gravidade da hipertensão, a presença de outras perturbações, como diabetes ou valores elevados de colesterol, ou os efeitos secundários prováveis.
    Habitualmente, os doentes toleram bem os fármacos anti-hipertensivos que se lhes prescrevem. Mas qualquer fármaco anti-hipertensivo pode provocar efeitos secundários. Deste modo, se estes aparecerem, dever-se-á informar disso o médico, para que ajuste a dose ou mude o fármaco.

    A hipertensão afeta gravemente a estrutura e a função de determinados órgãos, como o coração, os rins, o sistema nervoso e as artérias periféricas.

    A prática de exercício físico fortalece o coração e modera a tensão arterial, dado que tem um efeito vasodilatador; bastam 30 minutos por dia, numa intensidade moderada

    Diversos tipos de fármacos reduzem a pressão arterial através de mecanismos diferentes; por isso, alguns médicos costumam utilizar um tratamento escalonado.

    logo saude be


     

     

     

    ^