Pelo Dr. Alexandre Fernandes
“COMEÇO A DIETA NA PRÓXIMA SEGUNDA-FEIRA”, “PRIMEIRO VOU INSCREVER-ME NUM GINÁSIO”, “TENHO PROBLEMAS NA TIROIDE”, “NÃO TENHO TEMPO PARA DIETAS”... ESTAS SÃO ALGUMAS DAS MUITAS DESCULPAS USADAS PARA ADIAR O INÍCIO DE UM REGIME ALIMENTAR SAUDÁVEL, QUE PERMITA PERDER PESO OU MANTÊ-LO. AQUI FICAM, POIS, ALGUNS CONSELHOS OBJETIVOS, PARA QUE NÃO HAJA DESCULPAS.
Muitas pessoas, para emagrecer, têm de contar calorias e/ou pontos, deixar radicalmente de comer hidratos de carbono, substituir refeições por batidos, comer e abusar de sopas, ingerir apenas os alimentos permitidos, entre muitos outros métodos que garantem fazer perder os quilos em excesso, de forma rápida e definitiva. Porém, acabada a dieta, quase sempre voltam a recuperar o peso perdido e, em alguns casos, chegam mesmo a aumentar mais uns quantos quilos. Não é verdade? Depois, lá se vai a autoestima e a motivação, para dar lugar às desculpas para não fazer dieta.
Por falar em desculpas, as principais que me referem no dia a dia são: “começo a dieta na próxima segunda-feira”, “primeiro vou-me inscrever num ginásio”, “tenho problemas de tiroide e tudo me engorda”, “não tenho tempo para dietas”, “não sei cozinhar”, “vou deixar passar os feriados/festas/férias”, “só consigo fazer dieta se alguém estiver a fazer dieta comigo”, entre outras.
Mas serão estes os verdadeiros motivos para não fazer dieta? Ao tratarmos os alimentos como “fazem bem” ou “fazem mal” e “os permitidos” ou “os proibidos”, reduzimos a alimentação/nutrição a uma forma demasiado simplista.
Se está à procura de um mês calmo e tranquilo para começar a fazer dieta, rapidamente vai perceber que não existe. E surgem, assim, as desculpas: em janeiro, não dá, porque há que acabar os chocolates que foram oferecidos pelo Natal; em fevereiro, é difícil, porque temos o Carnaval; em março, porque começa a primavera; em abril, ainda menos, porque é a Páscoa, com as amêndoas e os folares; em maio, temos o casamento do melhor amigo; em junho, estão lá os Santos Populares, as sardinhas e o chouriço assado; em julho, é a festa de aniversário; e assim por diante! Por isso, se está mesmo empenhado em emagrecer, qualquer mês é bom para iniciar a dieta.
Procure um profissional especializado – isto é, um nutricionista –, para que possa ser avaliado e analisado o seu perfil. Em seguida, o especialista prescreve um plano alimentar personalizado e adequado às suas características. O objetivo de perder ou manter o peso é seu. O ideal é começar com uma (re)educação alimentar e, depois, há medida que vai atingindo os seus objetivos, o nutricionista vai adaptando o plano alimentar às novas necessidades.
Primeiro, há que ter consciência do que é uma alimentação equilibrada, para não entrar em exageros e radicalismos. Depois, é fundamental que estabeleça metas e objetivos: quem não sabe onde quer chegar, não chega a lugar algum, não é assim?
Um erro bastante comum é a pessoa começar uma dieta, sem supervisão, retirada da internet ou dada por um/a amigo/a, por exemplo. Logo, as probabilidades de sucesso (bons resultados e manutenção do peso perdido) são muito pequenas, porque (praticamente todas estas dietas) são esquemas alimentares que não consideram o seu quotidiano, o metabolismo, a idade, as preferências alimentares, os sintomas e, como tal, são muito difíceis de serem mantidas.
A minha sugestão é bastante simples: comece pelo mais básico, introduza uma sopa de legumes ao almoço e ao jantar, aumente a ingestão de frutas, vegetais e legumes, e dê preferência aos hidratos de carbono integrais. Procure fracionar as refeições e comer pequenas porções de alimentos, de 3 em 3 horas.
A resposta, obviamente, é não! Porque repare nisto: num mês (30 dias), temos em média 4 fins de semana (8 dias); num ano (360 dias), temos 96 (sábados e domingos). Isto sem contabilizar com os feriados, as férias e outros dias de festas e comemorações. Portanto, se quer realmente perder esses quilinhos que tem a mais, os exageros devem ser evitados.. todos os dias. Os alimentos que desfavorecem os seus objetivos podem – e devem – ser consumidos, porém só em pequenas porções e muito esporadicamente.
Como já mencionei anteriormente, deve-se comer de 3 em 3 horas e fracionar as refeições ao longo do dia. O ideal são 7 refeições: pequeno-almoço, meio da manhã, almoço, dois lanches, jantar e ceia. Estas recomendações são fundamentais para que consiga ter um maior controlo sobre a quantidade de alimentos ingeridos ao longo do dia, evitando, desta forma, grandes picos de fome.
Outros conselhos são:
Lembre-se que estas orientações devem ser postas em prática sempre que possível, tanto no dia a dia como em datas comemorativas.
E agora, ainda tem desculpas para não fazer dieta?