O MERGULHO É UMA ATIVIDADE DE LAZER QUE PERMITE DESCER A PARAÍSOS EXCLUSIVOS, CAPAZES DE PROPORCIONAR NUMEROSOS BENEFÍCIOS, TANTO FÍSICOS COMO PSÍQUICOS.
Principalmente durante as férias, são cada vez mais os portugueses que fazem a sua primeira aproximação ao mundo submarino, quer através do mergulho em apneia – com óculos, barbatanas e tubo – quer fazendo uso de garrafa de oxigénio. Para quase todos é a descoberta de um paraíso oculto, como que pertencente a uma outra dimensão.
Porém, é preciso saber que, sobretudo para os principiantes, este desporto não é isento de riscos. Embora não costumem produzir-se muitos acidentes, quando estes ocorrem são, quase sempre, por inexperiência do mergulhador. Isto pode evitar-se, em parte, levando a cabo um curso de mergulho, numa escola homologada, que dará acesso à certificação de mergulhador amador, da responsabilidade da Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas.
O curso inclui uma componente teórica, com o auxílio de um manual, e uma prática, em que se ensaiam técnicas de mergulho em águas confinadas (piscinas ou zonas de praia estabelecidas). No final, há que efetuar um exame teórico e outro prático em alto mar.
Com este certificado, será possível alugar equipamento e mergulhar em qualquer parte do mundo. Mas, sobretudo, proporcionar-nos-á a capacidade de evoluirmos na água com total naturalidade, cuidando do nosso corpo e do nosso companheiro, pois uma condição indispensável é mergulhar sempre com outra pessoa.
O mergulho produz uma espécie de dependência saudável e benéfica, que nos permite observar as possibilidades do nosso corpo, ao mesmo tempo que descobrimos as maravilhas que se escondem debaixo de água.
Contudo, antes de mergulharmos para as profundezas, é necessário uma avaliação médica. São poucas as doenças que impedem a prática deste desporto: certos graus de asma, epilepsia e problemas circulatórios são algumas delas. Ainda assim, é conveniente submetermo-nos a um check-up, que verifique o bom estado do coração, ouvidos, vias nasais, sistema respiratório e capacidade pulmonar. O médico de Medicina Desportiva é o especialista mais indicado para o fazer, embora o médico de família também esteja habilitado a emitir o necessário atestado.
Para praticar mergulho não é necessário ser atleta. Os cursos de mergulho podem ser frequentados por crianças a partir dos 12 anos de idade e são muitos os paraplégicos que esquecem as suas deficiências, através do mergulho, comportando-se na água como autênticos peixes.
Ao mergulhar, entramos não só noutro meio, mas noutro mundo. Águas aparentemente sem interesse escondem uma vida inimaginável, apenas a poucos metros de profundidade.
Evoluir no meio subaquático encerra as suas dificuldades, mas são estas que transformam este desporto numa aventura com final feliz e em mais uma oportunidade para conhecer o nosso corpo.
A pressão que se suporta é maior, porque a água é mais pesada e densa do que o ar. Essas mudanças, que passam despercebidas à superfície, são facilmente reconhecíveis nas descidas e nas ascensões. Quanto mais profunda for a imersão, maior será a pressão que é necessário suportar, mas o fenómeno não constitui qualquer problema, uma vez que as descidas são controladas e nas subidas é obrigatório efetuar paragens de segurança.
Graças a estas “dificuldades”, descobrimos os pulmões, os ouvidos e o nariz, órgãos vitais aos quais não concedemos muita importância, mas que, debaixo de água, nos oferecem uma nova perspetiva.
Poucos prazeres podem comparar-se ao mergulho. Uma fauna e uma flora maravilhosas, um silêncio absolutamente relaxante e uma sensação de plenitude acompanham cada mergulho. Mas há mais! Do ponto de vista psíquico, o mergulho é tranquilizante, mas não sedativo. Todas as preocupações ficam para trás, porque a mente está concentrada numa função que, normalmente, realizamos de forma inconsciente: respirar. A prática do mergulho apresenta, ainda, outros benefícios: