QUANTO TEMPO DEVE UMA MULHER ESPERAR, ANTES DE FICAR NOVAMENTE GRÁVIDA? QUE IDADE DEVE TER O PRIMOGÉNITO PARA SE EVITAR OS CIÚMES? A DECISÃO DE TER UM SEGUNDO FILHO PODE SER MAIS DIFÍCIL DO QUE DA PRIMEIRA VEZ...
Há casais que têm uma ideia muito clara sobre este assunto: “Quando a menina fizer 1 ano, vamos para o segundo”. Mas são uma minoria. O habitual é duvidar e muito. O normal é colocar interrogações do tipo: “O que é melhor para as crianças?”, “...e para a saúde da mãe?”, “... e como afetará a relação conjugal?”. O certo é que não é fácil decidir qual o momento ideal, até porque não há respostas definitivas. Depende do modo de ser de cada pessoa, do carácter do primeiro filho e de alguns imponderáveis mais. Se o(a) leitor(a) está perante este dilema, será útil conhecer o que pensam médicos, psicólogos e outros pais.
Sem dúvida, a primeira coisa que a mulher deve fazer, antes de engravidar novamente, é recuperar-se por completo. A maioria dos médicos concorda que o tempo ideal de espera é de um a dois anos, de forma a que o corpo se restabeleça completamente do primeiro parto. De facto, se a mulher teve um parto eutócico – parto normal – bastará um ano, já que, nesse tempo, o útero terá recuperado as suas condições normais e todos os outros problemas – varizes, hemorroidas ou derivados da episiotomia, por exemplo – já estarão sarados.
Bem diferente é o caso da mulher que deu à luz através de cesariana: neste caso, deve esperar dois a três anos, porque o corte efetuado no músculo do útero tem de estar completamente cicatrizado.
Outra questão a ter em conta é como se sente a mulher relativamente ao seu aspeto físico. Se não se vê com bons olhos – “tenho quilos a mais, a minha barriga está flácida...” –, coloca-se a necessidade de se pôr em forma, antes de enfrentar uma nova gestação, já que esta atitude é importante para poder vivê-la nas melhores condições.
Sentir-se bem fisicamente é fundamental, mas não suficiente: também há que estar preparada do ponto de vista psicológico. Dito de outro modo, a mulher tem de querer ter um segundo filho. O célebre pediatra norte-americano Benjamin Spock é taxativo a este respeito: “Apenas aqueles que desejam ter vários filhos deveriam tê-los”. Parece uma verdade de Lapalise, mas há quem se sinta obrigado, inconscientemente ou não, pelas pressões familiares ou pelos convencionalismos sociais. Todos nós já ouvimos explicações – leia-se, lamentos – do tipo “...porque o meu marido quer outra criança” ou “...para que o André tenha um irmão e não fique sozinho”.
Em conclusão, antes de se decidir a ter um segundo filho, há que ter muito clara a resposta à pergunta “queremos, verdadeiramente, outra criança?”. Se a resposta for sim, também não se deve desprezar outra questão igualmente importante, embora menos espiritual: “temos meios económicos para tal?”. Não se deve pensar só com o coração: é preciso usar a cabeça e fazer contas. Por muito que se queira um segundo filho, se a sua chegada implicar o princípio de um autêntico calvário económico, adeus felicidade...
Solucionadas as dúvidas do ponto de vista do casal, há que avaliar as necessidades dos filhos. A principal dúvida é sobre se devem ter idades próximas ou, pelo contrário, muitos anos de diferença. Infelizmente, os estudos relativamente ao tema não lançam muita luz quanto ao que é mais conveniente. De facto, cada criança é um mundo e, basicamente, serão as suas características – o seu caráter – que determinarão a forma de relacionamento entre irmãos.
A maioria dos psicólogos recomenda ter o segundo filho quando o primogénito tem entre 2 e 3 anos, porque este já será mais independente e viverá de uma forma menos traumática a chegada do irmão – embora seja sempre possível que sinta alguns ciúmes. Quando a diferença é de seis ou mais anos, dificilmente sentirão ciúmes um do outro, porque, mais do que dois irmãos, serão dois filhos únicos. No entanto, pela mesma razão, será difícil que partilhem interesses.
E o que é que convém mais aos pais? É evidente que, quanto menor for a diferença de idades, mais duro será. Por isso, é conveniente que os pais se interroguem, antes de mais, sobre se estão preparados para enfrentar tanto trabalho. E não é só isso: durante os primeiros anos de vida, os filhos exigem uma constante solicitude e é de esperar que lutem bastante em torno dos brinquedos e, sobretudo, da atenção dos progenitores.
Os pais que optaram por ter filhos seguidos – menos de 18 meses de diferença – costumam explicar que é duríssimo, mas que, no final, compensa e muito. Embora seja duro, uma vez superados os primeiros anos, os irmãos ficam mais próximos, mais amigos. O casal, pelo seu lado, à medida que os filhos crescem, fica mais liberto: desaparecem de vez as fraldas e as noites mal dormidas; voltam a ter tempo para si próprios.
O certo, pois, é que não existe um momento ideal. Tudo depende, fundamentalmente, da vontade dos pais e... da Natureza, claro está! Basta perguntar a vários casais, para se dar conta de que todas as opções têm vantagens e desvantagens. No entanto, todos estão de acordo num ponto: por mais duro que tenha sido, ninguém se arrepende.
QUANDO TEM MENOS DE 2 ANOS:
DOS 2 AOS 4 ANOS
MAIS DE 4 ANOS
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